terça-feira, 6 de maio de 2014

9º REUNIÃO DE FORMAÇÃO (06/05/2014)

Até que a cor da pele de um homem não tenha maior significado que a cor dos seus olhos haverá a guerra. Bob Marley, música War. (álbum Rastaman Vibration, de Bob Marley and the Wailers, de 1976).
Serviço:
Autoria do texto e das imagens: equipe PIBID, Subprojeto História
Relações públicas e secretariado de maio: Maria Elisa e Wariane
Revisão textual: Euzebio Carvalho


Capa do CD de Chica César
Relato:
 
Na manhã do dia 06 de maio de 2014, realizamos uma atividade diferenciada na Escola de Tempo Integral Doutor Albion de Castro Curado. Como havíamos anteriormente planejado (veja postagem específica), apresentamos a música Respeitem meus cabelos, brancos do cantor paraibano Chico César. Cada grupo, em sua respectiva sala/ano, teve como objetivo mostrar aos alunos a importância de respeitar as diferenças étnico-raciais, a partir do trabalho com essa música.


A escolha do tema dessa atividade deveu-se ao fato que a sociedade acaba discriminando as pessoas devido ao seu cabelo. Isso não é diferente dentro dos ambientes escolares. Decidimos realizar esta oficina após um certo acontecimento dentro da escola.

Cabelo Afro
Uma aluna se sentiu discriminada por conta do seu cabelo afro e procurou a diretora para fazer uma reclamação. Nós integrantes do subprojeto de História da CAPES/PIBID Educação das relações étnico-raciais: as africanidades brasileiras na sala de aula buscamos então uma maneira para intervir positivamente diante desse fato. Nosso objetivo era mostrar que as diferenças existem e que devemos respeitá-las. E isso passa, inclusive, por questões estéticas.


Para que a atividade fosse realizada de forma objetiva, os bolsistas seguiram a metodologia apresentada pelo coordenador do subprojeto, professor Euzebio. Primeiramente, foi trabalhado a música e as sensações que ela proporcionava aos estudantes. Perguntamos sobre os sentimentos que a música provocou neles. Depois falamos um pouco sobre os instrumentos utilizados e o estilo/ritmo da canção. Somente depois é que analisamos os versos do autor, a "letra da música". A partir dela, discutimos e refletimos sobre os elementos relativos à História e Cultura Afro-Brasileira, à identidade negra, à diversidade e ao multiculturalismo, às diferentes características étnicas entre outros elementos.

Cartaz feito pela bolsista Nayara para compor o mural
Buscamos despertar nos jovens alunos a consciência racial, bem como estimular uma elevação da sua autoestima.

Ao tempo em que essas discussões aconteciam dentro das salas de aulas, os demais bolsistas montavam um mural no pátio da escola também relacionado à música. Esse mural foi composto por imagens que havíamos selecionado previamente e impressas em tamanho A4. Com elas formamos o mural. Escolhemos imagens de celebridades com cabelos afros, exibindo diferentes penteados e formas de construir seus corpos e cuidar de seus cabelos. Juntamente com as imagens, afixamos também algumas frases de efeitos contra o racismo.

Para que os alunos também pudessem interagir e participar do mural, deixamos algumas folhas em branco, para que eles também pudessem escrever suas frases. 

Depois dessas atividades, no período da tarde, nos reunimos às 14h, no CEPEDOM, da UEG, campus Goiás. O professor Euzebio distribuiu duas revistas para lermos: a TRIP (voltada ao público masculino) e a TPM (para o público feminino). Pediu que cada bolsista escolhesse uma matéria, lesse, fizesse um registro no DC e depois apresentasse em forma de comunicação oral para todo o grupo. Esse momento de socialização ficou marcado para o dia 20 de maio.

Também foi distribuído para cada bolsista uma edição do jornal da UEG, do qual deveríamos ler a reportagem Eu sou aquilo que vejo nos seus olhos, recortar e colar no Diário de Campo. Depois de fazer uma análise sobre a mesma, deveríamos produzir um registro no DC. Essa atividade ficou marcada para ser entregue no dia 13 de maio.

Após esse momento, à partir da sugestão da bolsista Wariane, assistimos ao vídeo-clipe da da música Racismo é burrice (Lavagem Cerebral) do rapper Gabriel o Pensador (extraído do álbum MTV ao Vivo, de 2003). Primeiro, discutimos questões relativas aos instrumentos e o ritmo da música que é um RAP (sigla para a expressão Rhythm and Poetry / Ritmo e Poesia) estilo de música de origem afro-estadunidense. Depois, debatemos algumas questões abordadas na letra da música.






Discutimos sobre o verso “faça uma lavagem cerebral”. Chegamos à conclusão que ela se referia à uma mudança radical na nossa forma de pensar. O racismo foi uma coisa que se propagou de geração pra geração. Portanto, para reverter isso é preciso uma "lavagem cerebral". Mas essa mudança não pode ser imposta, devemos nos conscientizar e conscientizar as pessoas sobre o racismo, para que a partir disso, elas possam mudar o seu modo de pensar e de agir.

"Racismo é burrice"
Uma abordagem interessante foi sobre o verso “tem gente que pensa que racismo não dói”. O racismo não é só constituído por palavras e agressões verbais como muitas pessoas por aí pensam. Essas agressões verbais também provocam dores psicológicas e, inclusive, físicas. Além disso, existem muitos casos de violência física motivadas pela cor da pele. Infelizmente, pessoas morrem simplesmente pelo fato de serem negras como acontece muitas vezes com a juventude negra, por exemplo.

Diversidade étnica
Após concluirmos a análise da música, marcamos para o dia 27 a continuação da oficina sobre cabelo afro realizada no Colégio Albion. Realizaremos penteados que valorizem os cabelos das alunas. Essa atividade será seguida de uma palestra da professora Lídia. O encerramento da manhã será um desfile com as alunas que participaram da oficina, mostrando os seus cabelos. 

Na reunião da tarde, avaliamos as atividades do período matutino, momento em que foi realizada a oficina com a música Respeitem meus cabelos, brancos de Chico César. Observamos que houve uma aceitação muito grande por parte dos alunos, e dos professores também. 
Somos todos irmãos
Os estudantes gostaram da aula diversificada, tiveram muitas duvidas a primeira instancia. Mas após as explicações dos bolsistas do projeto, e da contribuição dos professores, conseguiram assimilar as idéias que o cantor evidenciou na música. Tivemos um caso de resistência, em que, uma aluna não queria fazer as atividades, mas com a orientação de um dos integrantes do projeto ela à efetuou. Observamos em sua fala que ela tem uma consciência muito grande do racismo, sentimento esse de quem, em algum momento, sofreu pelo preconceito da sociedade.

Este portanto constitui nosso Coletivo de Estudo e Pesquisa, do qual concluímos ter sido muito produtivo.


Frequência nas atividades do dia:

Na parte da manhã, todos os bolsistas estiveram presentes na atividade. A supervisora, por estar em consulta médica, não pode participar. À tarde, além da profa Maria Cristina, também faltou ao encontro de formação a bolsista Késia.


Fotos da atividade Respeitem meus cabelos, brancos 
(construção do mural)



 Equipe do subprojeto montando o mural, antes do intervalo.




Montagem do mural: diferentes formas de se usar o cabelo afro
Jéssica, à esquerda

Mauro


Fábio, à esquerda, e Euzebio, coordenador do subprojeto






Jaqueline e Jéssica, finalizando a montagem do mural. Na imagem, vemos os cartazes em branco para que os estudantes da escola também deixassem suas frases.
Jéssica

Fábio, à esquerda, e Jéssica à direita.




Nayara e Jaqueline
 

Alguns membros do projeto, após finalizarem o mural

Nenhum comentário:

Postar um comentário