terça-feira, 15 de abril de 2014

6ª REUNIÃO DE FORMAÇÃO (15/04/2014)

Serviço:

Autoria do texto: equipe PIBID, Subprojeto História
Relações públicas e secretariado de abril: Jéssica Regina Soares e Késia Cordeiro de Faria
Revisão textual: Euzebio Carvalho


Relato:

Na manhã de terça-feira, dia 15 de abril de 2014, reunimo-nos na UEG para mais uma reunião do PIBID. Não fomos a escola Albion pois não houve aula. Na ocasião, a escola estava participando da caminhada da paz.

Às nove horas, foi dado inicio a nossa reunião na UEG. Dialogamos sobre as atividades publicadas no blog; sobre a alteração que foi feita nas camisetas que usaremos para nossa identificação. Entretanto, a nossa pauta principal foi o estudo da lei 12.288/2010, Estatuto da Igualdade Racial.  Aprendemos que o objetivo dessa lei é reconhecer que a desigualdade deve ser abordada em diferentes níveis de governo. Com a lei, o Estado brasileiro assume que o motivo do racismo decorre de atos antigos, como a escravidão que só desfavorece os negros. O racismo vem de longa duração e volta-se para algumas características étnicas e fenotípicas, como o tipo de cabelo, a cor da pele, o formato da boca, nariz, entre outras.

Também discutimos o uso das palavras: igualdade (como sendo o combate aos privilégios de classe e de nascimento) e equidade (direito à saúde, ao trabalho, à educação etc). Assim, nas palavras de um dos bolsistas: "Equidade é uma palavra mais correta a ser usada para definir e [se] referir à luta pelos direitos. Significa que não somos iguais, mas temos os mesmos direitos" (OLIVEIRA, 2014, p. 17) Entretanto, também colocamos em questão a importância das diferenças, pois elas que exaltam a cultura e os costumes de um indivíduo.




Em certo momento, o professor compartilhou, via bluetooth, pelo celular, o vídeo musical Gritaram-me negra de Vitória Santa Cruz, uma artista peruana que dos 5 para 7 anos foi alvo de uma prática racista: fora chamada de negra, de forma agressiva. Esse primeiro contato com o racismo a deixou traumatizada. A partir daí, ela passa a renegar a sua cor e sua raça. Acha sua cor e seu cabelo feio. Passa a usar pó no rosto a fim de clareá-lo. Entretanto, após desenvolver sua consciência étnico-racial, assume-se como mulher negra. Ao aceitar sua cor, seu cabelo, ela vê que essas são suas características e que pode exaltar a sua beleza, a partir delas. 

Nesse momento, um dos bolsistas relatou um fato que dialoga com a situação assistida no vídeo. Duas mulheres conversavam. Uma disse à outra, a certa altura da conversa: "porque eu sou negra"... a outra mulher olhou para ela e, numa atitude condolente, disse: "não diga isso sobre você".


Também foi comentado a respeito de doenças que são específicas da população negra; que os atendimentos no Sistema Único de Saúde são preferenciais aos brancos e que por isso, deve existir incentivos do governo em forma de projetos voltados para a população negra.

O racismo provoca a exclusão social. Por isso, é importante proteger a juventude negra, por meio de politicas voltadas para a socialização e para a sua educação.

Outra questão abordada foi a religiosa. Discutimos que todas as religiões tem o direito de obter o seu espaço e que nenhuma se considere superior a outra. Segundo a lei 12.288/2010, as questões religiosas não podem interferir no emprego. Cada um tem o direito de praticar a sua religião e o empregador não pode privilegiar certa raça ou etnia.

Nesse dia, nosso lanche da tarde foi a pipoca. Na semana anterior, o professor pediu as bolsistas Jaqueline e Jéssica para pesquisarem sobre o uso da pipoca nos cultos afro-brasileiros. Depois de apresentar algumas informações sobre esse alimento ameríndio, elas argumentaram que não encontraram nenhuma informação sobre a relação da pipoca com a história e cultura afro-brasileira. O professor fez uma breve explicação. Os bolsistas ficaram surpresos com a informação.
As pipocas, ou melhor, deburu, são as oferendas predilectas do orixá Omolú; um deus poderoso, guerreiro, caçador, destruidor e implacável, mas que se torna tranquilo quando recebe sua oferenda preferida (Confira texto na íntegra)  Deburu - é a comida ritual dos Orixás Obaluaiyê e Omolu, é o milho de pipoca estourado em uma panela, em alguns lugares com óleo, em outros com areia. Nesse último caso, é preciso peneirar a areia dessa pipoca depois de pronta. Ao final, a pipoca colocada em um alguidar (vasilha de barro) e enfeitado com pedacinhos de coco (Confira texto na íntegra).
Em seu trabalho sobre as comidas e a religiosidade afro-brasileira, Pedro Henrique Ribeiro afirma:
Apesar da necessidade de permutas dos alimentos votivos para os diversos cultos dos Candomblés brasileiros, é observado que vários elementos utilizados nas oferendas são de fato originários das terras africanas. Entretanto, encontram-se também elementos nativos americanos, como a inclusão do milho nas comidas de Oxossi, Iemanjá, Omulú ou Xapanã que também gosta de pipocas, o feijão para Oxum, o fumo no culto de Irocô, e farinha de mandioca no amalá de Iansã. Serão conquistas brasileiras e não fidelidades sudanesas no cardápio dos orixás. 


Por fim, surgiu a ideia da criação de um único projeto (oficina) para ser desenvolvido na escola Albion e também nas cidades dos bolsistas do PIBID, principalmente por aqueles que atuam no projeto Mais Educação. Nele, trataríamos de algum aspecto das questões afro-brasileiras que será discutido futuramente.





Frequência nas atividades:

Nayara não esteve presente nas atividades do dia. Maria Cristina participou do encontro no período vespertino.


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