terça-feira, 1 de abril de 2014

4ª REUNIÃO DE FORMAÇÃO (01/04/2014)

Serviço:
Autoria do texto: equipe PIBID, Subprojeto História
Relações públicas e secretariado de abril: Jéssica Regina Soares e Késia Cordeiro de Faria
Revisão textual: Euzebio Carvalho


Relato:

Na tarde do dia 01 de abril de 2014, realizamos na Universidade Estadual de Goiás, unidade de Goiás, no CEPEDOM, a nossa 4ª reunião do Coletivo de Estudo e Pesquisa.


O coordenador pediu a algum dentre os presentes para fazer a leitura dos Diários de Campo, sobre as atividades da última reunião.

Depois, passamos à avaliação da primeira visita ao Colégio Albion, realizada pela manhã. Vários bolsistas destacaram a boa recepção e a atenção que tiveram na escola por parte de todos os funcionários. O coordenador falou sobre a maneira de como se comportar na escola e na sala de aula levando em conta também a utilização dos recursos da escola para desenvolvimento de atividades. Os bolsistas disseram que os alunos da escola foram atenciosos e educados com eles. Em conversa com uma funcionária da escola, foi discutido um problema anterior que muito preocupou aquela comunidade: o grande índice de evasão da escola. Com ações realizadas juntas à comunidade do bairro, o problema foi parcialmente resolvido. Agora, a escola espera que com as ações de todos, o número de matriculados volte a crescer. Os bolsistas também destacaram a organização e as boas condições das instalações físicas do colégio.
Durante a reunião foi proposto pelo coordenador a execução de um vídeo, para concorrer ao prêmio "Curta História", do MEC, cujas inscrições se encerrarão dia 25 de Abril. O vídeo deveria tratar de personalidades negras da comunidade. O grupo considerou que o projeto é bastante interessante, mas não haveria condições para participar da competição em decorrência do grande número de atividades que já estão envolvidos. Assim, decidimos por não realizar o vídeo.

O coordenador também apresentou uma proposta de ação para o grupo no dia 22 de abril. Seria a realização de um "Viral da Consciência" para que o grupo fizesse sua primeira intervenção em meio à comunidade da UEG. Essa proposta seria melhor apresentada em reunião futura.

Retomamos a questão do uniforme do grupo. Houve necessidade de fazermos adaptações na camiseta para facilitar sua confecção. O modelo anterior se mostrou muito complexo e caro. O bolsista Mauro ficou de fazer a nova arte e socializar com todos.

Passamos à assistência do episódio "Educação Infantil", do programa "Nota 10", do projeto A Cor da Cultura. Durante a exibição, fizemos várias pausas para discutir questões que foram surgindo entre o grupo.

Segundo dados mostrados no programa, de 100 crianças matriculadas no ensino fundamental, apenas 30 resistem à opressão do sistema racista que vivemos. Destas, somente 2 entram para a faculdade.

Outro dado é que Diadema, em São Paulo, é considerada a quarta maior cidade brasileira com população negra. O programa também mostrou vários projetos desenvolvidos em escolas daquela cidade que se importam com relações étnico-raciais pautadas pelo princípio da equidade e do respeito à diferença.


Uma bolsista relatou um caso que está ocorrendo em sua família. Segundo ela, seu sobrinho de quatro anos chora ao ser chamado de "neguinho". A partir desse exemplo, passamos a discutir o processo de negação/adesão identitária que ocorre entre as pessoas negras. Um bolsista destacou a ausência de referenciais (heróis, protagonistas, personalidades etc) que as crianças negras possam tomar para construir de forma positiva sua identidade afro-brasileira e desenvolver sua consciência étnico-racial. Outra coisa importante para isso seria a existência de bonecas com as características afro-brasileiras. Discutimos que a educação escolar precisa desenvolver os sujeitos para se relacionar com a diferença, vendo-a de forma positiva. Falamos sobre a importância de se trabalhar a autor estima das crianças negras. Discutimos também o problema da folclorização da negritude.

Problematizamos a diferença entre os termos "igualdade" e "equidade", onde equidade equivale a igualdade só que de maneira diferente; apesar de nossas diferenças, as oportunidades devem ser facultadas a todos, sem distinções ou privilégios. Assim, o conceito de equidade mostra que apesar de nossas diferenças, possuímos os mesmos direitos.
Desde pequena as crianças não são educadas para enxergar a diferença entre as etnias, principalmente por causa do preconceito infantil que são introduzidos nelas através dos brinquedos, por essa razão deveria-se valorizar a identidade da criança para que ela reconheça a diferença. Nesse processo, a diferença precisa ser tratada de positiva. Isso terá reflexos no desenvolvimento cognitivo das crianças.

Foi exposto que a discussão sobre raça nasceu na biologia, no século XIX, para justificar que uma "raça" seria melhor que a outra. Assim, o racismo surge através de uma base cientifica, através do discurso de raças superiores, onde um povo dominaria o outro retirando sua autonomia. Isso aconteceu durante o colonialismo do século XIX. No século XX, principalmente a antropologia ajuda a superar esses pressupostos, explicando que a diferença da cultura que cada povo apresenta não pode ser pensada em termos de hierarquia. Após as pesquisas sobre o genoma humano do fim do século XX, foi comprovado que não há diferença genética entre os humanos. Constituímos apenas uma raça, o que mudam são suas características fenotípicas.

O Brasil se apresenta com um país multicultural, mas com sérios problemas desde o inicio de sua colonização europeia. O contato cultural entre europeus, indígenas e africanos (trazidos de várias regiões da África) foram obrigados a conviver. O domínio europeu sobre a terra brasileira e a escravização dos africanos produziram uma grande quantidade de problemas sociais que até hoje afetam nossa sociedade.
O discurso a respeito da raça surge com o intuito de resolver a questão para legitimar que um grupo específico se apresenta mais privilegiado do que outro. 

O conceito de "raça" socialmente empregado, é aquele que, numa sociedade racializada "determina o lugar de seus indivíduos". 

A raça é definida como "uma forma de carisma ou  estigma grupal, baseado na crença de uma herança genética que define o valor intelectual e psicológico de um indivíduo ou de um grupo. 

A etnia faz referencia a um grupo étnico, por um conjunto de características culturais que são especificas desse grupo. 

A cor são categorias de recenseamento da população.
Desta forma, enfrentando todo este contexto, é necessário que seja posto em prática princípios e práticas que valorizem a diferença da criança negra. Somente assim é que seu desempenho escolar poderá melhorar. Daí a importância que nós, enquanto sociedade, devemos atribuir aos primeiros anos da escolarização infantil.


Obs: 

Após a reunião, alguns alunos permaneceram no laboratório de história CEPEDOM para atualizar seus currículos na plataforma Lattes



Frequência nas atividades:

À tarde, a professora Maria Cristina justificou sua ausência, pois está participando de reunião sobre o projeto "A Cor da Cultura", na subsecretaria regional de Educação. A bolsista Nayara faltou todo o dia por motivo de doença. Késia faltou à reunião no período da tarde, sem justificar.

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