terça-feira, 10 de março de 2015

30ª REUNIÃO DE FORMAÇÃO (10/03/15)

Serviço: 
Autoria do texto: equipe PIBID, Subprojeto História 
Relações públicas e secretariado de Fevereiro: Elivan Andrade e Wariane Machado
Revisão textual: Maria Cristina Rodrigues Evangelista

Dia dez de março, reunidos no CEPEDOM, para mais uma Reunião de Formação Subprojeto PIBID de História. Desde que retomamos às atividades esse ano, sempre iniciamos as reuniões lendo/discutindo um conto africano e ouvindo/discutindo uma música com temática afrobrasileira. A música do dia foi a "Chamada dos Santos Africanos" do grupo "Cordel do Fogo Encantado"; e os contos foram "Exú põe fogo na casa e vira rei" e "Eleguá guarda o portão de Aganju".

Quando a flor tava dormindo 
Vento fogo corredor
 
É a bença prometida
 
Pra quem é merecedor
 
Pai Tomás levanta a cuia
 
Com incenso de fulô
Preta velha atiça o fogo 
Que o trabalho começou
Vem arriar nesta casa
Nessa manhã, nos foram apresentadas ainda, algumas palavras da linguagem Ioruba: Agó: licença; Axé: que assim seja (mesmo sentido do Amém); monjuba: o meu coração saúda o seu coração (saudação).
A pauta do dia foi o planejamento da nossa participação no programa "Voz Ativa" (que é uma parceria do UEG com a rádio) da Rádio 13 de Maio, da Cidade de Goiás, em convite do Prof. Robson de Sousa (Geografia/UEG). Fomos então, estudar as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (DCN/ERER/EHCABA). O documento é um conjunto de medidas e ações com o objetivo de corrigir injustiças, eliminar discriminações e promover a inclusão social e a cidadania PARA TODOS no sistema educacional brasileiro. Alguns pontos da nossa leitura (e discussão) merecem ser ressaltados:
  • O documento é fruto das reivindicações e propostas do Movimento Negro, que apontam para a necessidade de Políticas de ações afirmativas destinadas à população afrodescendente; 
  • Políticas de Ações Afirmativas são políticas de reparações, e de reconhecimento e valorização da história, cultura e identidade da população afrodescendente; → é papel do Estado e da sociedade
  • As DCN/ERER/EHCABA propõe a formação de atitudes/posturas/valores/conhecimento que eduquem cidadãos orgulhosos de seu pertencimento étnico-racial, sejam eles descendentes de africanos, povos indígenas, descendentes de europeus ou de asiáticos, para que se construa uma nação democrática, em que todos tenham seus direitos garantidos e sua identidade valorizada.
Uma parte do documento chamou muito a nossa atenção e rendeu uma boa roda de conversa. De acordo com as DCN/ERER/EHCABA: 

“Sem a intervenção do Estado, os postos à margem, entre eles, os afro-brasileiros, dificilmente, e as estáticas o mostram sem deixar dúvida, romperão o sistema meritocrático que agrava desigualdades e gera injustiça, ao reger-se por critérios de exclusão, fundados em preconceitos e manutenção de privilégios para os sempre privilegiados.” 

Meritocracia 

O grande problema da meritocracia, é muito bem destacado no texto, ela mantém privilégios para aqueles que sempre estiverem privilegiados. Ela mantém no poder sempre a mesma classe elitista que domina há tempos, ela se mantém. E nessa situação, as famílias pobres, sempre estarão, também, nas mesmas posições, com salários baixíssimos e abusivos, em trabalhos de condições quase sub-humanas. Para entender ainda mais essa questão, trouxemos à ideia de Capital Cultural de Pierre Bourdieu. O capital cultural seria como uma herança de cultura/conhecimento que se adquiri ao longo da vida, e esse capital cultural pode ser adquirido em espaços como museus, cinemas, teatros, parques, viagens, shows, etc, que são espaços frequentados por pessoas das classes superiores. Nessa lógica de capital cultural, o filho de um juiz teria mais chances de se sair melhor na escola do que o filho de um lavrador. Assim, haveria a manutenção daquele que já está privilegiado. Por isso a grande importância de se tratar a diferença com diferença. Essa ideia de igualdade (e de mérito) fere o direito à condições mais dignas de viver, de educação, de saúde, de moradia. 
Equidade

O dia foi incrível. As leituras renderam ótimas discussões. 

Galeria de Imagens:
30ª Reunião



Frequência: 
Elivan, Jaqueline, Jessica, Jade, Maria Elisa (participou apenas a tarde), Mauro, Kesia, Letícia, Victor. Wariane. Patrícia e Professor coordenador Euzebio. A supervisora do projeto Profa. Maria Cristina não compareceu (estava doente).



Maria Elisa M. Santos: Foi um dia muito significante em todos os aspectos, compreendendo tanto o ensino e aprendizado nos contexto da cultura africana e afro-brasileira na nossa construção étnico-racial. Vejo como pontos importantes para adentrarmos de forma conhecedora na cultura afro, são as leituras dos contos e das musicas, pois estes nos remete a interpretar e pensar a linguagem africana, e o negro na sociedade. Neste dia participei somente no período vespertino, e esta reunião da tarde foi decisiva para nossa participação na rádio 13 de maio, pois o Prof. Euzebio com base na DCN/ERER/EHCABA teve o cuidado de nos explicar partes fundamentais para o que seria discute no programa. 


Wariane de F. Machado: Essa reunião gerou excelentes discussões, que enriquecem a nossa formação. É importante derrubarmos esse discurso meritocrático que está tão presente em nossa sociedade.  Como parte das diretrizes deixa bem claro: “Sem a intervenção do Estado, os postos à margem, entre eles, os afro-brasileiros, dificilmente, e as estáticas o mostram sem deixar dúvida, romperão o sistema meritocrático que agrava desigualdades e gera injustiça(...)". Essa sociedade de méritos irá favorecer aqueles que sempre estiveram no poder. Será sempre uma sociedade elitista, machista, branca e heterossexual. As minorias, e dentre elas os afro-brasileiros, sempre ficarão a margem. Por isso a importância de políticas públicas que venha reparar os danos históricos causados aos negros. "A demanda por reparações visa a que o Estado e a sociedade tomem medidas para ressarcir os descendentes de africanos negros, dos danos psicológicos, materiais, sociais, políticos e educacionais sofridos sob o regime escravista, bem como em virtude das políticas explícitas ou tácitas de branqueamento da população, de manutenção de privilégios exclusivos para grupos com poder de governar e de influir na formulação de políticas, no pós-abolição." (DCN/ERER/EHCABA p. 11). 
  


Jessica Regina Soares:  Esse dia realmente rendeu muitas discussões, daquelas boas de fazer e que possibilitam a ampliação dos olhares. Durante o planejamento do que seria trabalhado na rádio 13 de maio, lemos um pouco da DCN/ERER/EHCABA, o que está proposto nela contribui para os trabalhos que desenvolvemos em duplas ou individuais e também contribuiu muito para a conversa. A ideia de pensar sobre o estado meritocrático foi muito gratificante, para perceber o quanto mesmo não parecendo sempre se busca continuar mantendo os dominantes superior ao que estão a margem. O sistema meritocrático, da atenção para a igualdade, mas será que ela é o  mais adequado? Tratar um rico e um pobre da mesma forma, não ira continuar mantendo os privilégios do rico? Dessa forma, a ideia é uma frase que se tornou também um ponto de discussão" tratar os diferentes com a diferença", o que possibilita a quebra de privilégios e assim, colocar ricos e pobres diante da igualdade.

Jaqueline pereira de Morais: Como já foi ressaltado, este dia foi ótimo. Este dia nos dedicamos a preparação para o debate que ocorreu na rádio 13 de maio. E um assunto que nos despertou bastante a atenção foi sobre o sistema meritocrático.Este que promove ainda mais a desigualdade social e coloca num sistema de marginalização em especial os negros. Essa discussão foi bastante significativa para compreendermos a importância da existência de cotas, o que ainda é uma discussão polêmica. Compreendi nesse dia que para que haja igualdade de direitos, é preciso tratar a diferença com diferença, daí a importância de existir políticas de ação afirmativa, exemplo as cotas nas universidades.







 


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