ESCOLA ESTADUAL DE TEMPO INTEGRAL DR. ALBION DE CASTRO CURADO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS - SUBPROJETO PIBID-HISTÓRIA
PIBID/HISTÓRIA: “EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES-ÉTINICOS RACIAIS: AS AFRICANIDADES
BRASILEIRAS NA SALA DE AULA”
OFICINA:
RELIGIOSIDADES DE MATRIZ AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA
MATERIAL DIDÁTICO DA OFICINA
DAVIDÓPOLIS,
19 DE MAIO DE 2015
Local:
Brinquedoteca
Controle
do tempo: Jaqueline
Horário:
12h45
- 14h25
14h50
- 16h30
CRONOGRAMA SINTÉTICO DA OFICINA
I. Questionário (12h45 - 13h15);
II. X-Men
(13h15 - 13h35; Resp. Elivan, Késia Maria Elisa);
III. Exibição do episódio "Tempestade africana" (13h35 - 14h);
III. Exibição do episódio "Tempestade africana" (13h35 - 14h);
IV.
Problematizar o episódio (14h50 - 15h10. Resp. Victor e Jade);
V.
Tematização do conteúdo (15h10 - 15h40. Resp. Mauro);
Mito, Religião e CulturaMapas das etnias africanas (dois mapas: um geral e outro específico)Povo IorubáRelação África x Brasil: escravização e DiásporaInfluências nas religiões: Candomblé, Umbanda e MacumbaInfluências na língua/palavras
VI. Música
"Oiá", da Palavra Cantada (15h40 - 15h50. Resp. todos);
VII.
Contação de História dramatização (15h50-16h. Resp. Jéssica);
"Oiá: a mulher dos raios e trovões"Trovão no início (Jade)Primeira parte: Jéssica caminha para o ventilador (Euzebio)Segunda parte: espada (Euzebio)Terceira parte: fogo traque (Elivan / Jéssica)Quarta parte: trovão --> socorrer os filhos (Jade)Quinta parte: trovão --> Xangô pede socorro (Jade)Sexta parte: --> partiu as grade traque (Jéssica)Sétima parte: TNT (Euzebio)
VIII.
Respeito à diferença (16h-16h10. Resp. Wariane);
Direito à liberdade de culto (Constituição e DUDH)Preconceito e discriminações de ordem religiosa (citar o caso do menino)Educação para a diferença: a sociedade brasileira é multicultural e por isso precisamos reconhecer e respeitar as diferenças que nos constituem (igualdade na diversidade/diferença)
XIX.
Questionário (16h10-16h30);
OFICINA EM DETALHES
I. QUESTIONÁRIO
1) AS
RELIGIOSIDADES DE MATRIZ AFRICANA, COMO O PRÓPRIO NOME DIZ, TEM UMA LIGAÇÃO COM
OS POVOS AFRICANOS. PARA VOCÊ, POR QUÊ ESSAS RELIGIOSIDADES SÃO CULTUADAS NO
BRASIL?
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
2)
QUANDO SE FALA EM RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANAS E AFRO-BRASILEIRAS, POR EXEMPLO
O CANDOMBLÉ E A UMBANDA, O QUE VOCÊ E A SUA FAMÍLIA ENTENDEM SOBRE ISSO?
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
3) O
QUE VOCÊ ENTENDE POR ORIXÁ, POR EXEMPLO, IEMANJÁ, OXALÁ E IANSÃ?
_______________________________________________________________________
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II. X-MEN
II.1. QUADRINHOS
O
X-men, surge como história em quadrinhos nos Estados Unidos, publicado pela
Marvel Comics, em 1963, e criado por Stan Lee e Jack Kirby. A primeira equipe
dos quadrinhos contava com: Professor Xavier, Ciclope, Fera, Homem de Gelo e
Garota Marvel (Jean Grey).
Ao
final da década de 1960, as vendas dos quadrinhos sofrem queda, tendo apenas
republicações das mesmas histórias, sem renovação. Já na década seguinte,
entram dois novos integrantes ao grupo de criação dos quadrinhos X-men: John
Byrne e Chris Claremont. Juntos criam novos personagens para a história:
Pássaro Trovejante, Apache, Colossus, Solaris, Tempestade, Wolverine dentre
outros. Também criaram novos ambientes para a história, como a ilha Krakoa,
localizada ficticiamente na África, próximo à ilha de Madagascar. Com novos
personagens e novos ambientes, surgem histórias que ficaram muito famosas, como
Protheus, Fênix Negra e Dias de um futuro esquecido, que apareceram nos
desenhos da TV e em filmes.
A
série X-men, é tida como a mais multirracial já criada pela Marvel. A história
conta com personagens de diferentes países, além de trazer personagens negros,
homossexuais e de religiões diferentes.
II.2. SÉRIES ANIMADAS X-MEN: CLÁSSICO
E EVOLUTION
O
desenho animado X-men possuem duas classificações: a Clássica e a Evolution.
A
série animada clássica, foi criada em 1992, por Larry Houston. Esta primeira
etapa de criação dos personagens traz os heróis com traços mais maduros
(adultos). Ela teve 5 temporadas e 76 episódios. Foi um sucesso de público na
época.
Após
o sucesso das temporadas anteriores, os produtores Boyd Kirkland e Michael Wolf
viu a necessidade de modificar o X-men para o X-men Evolution, trazendo uma
galera mais jovens, com a cara mais juvenil. Esta nova
etapa tinha uma animação menos colorida, resultando em ótimas releituras
visuais dos mutantes. Diferentes de muitas séries, o X-Men Evolution teve 4
temporadas.
Vejam o episódio abaixo
IV. PROBLEMATIZAR O EPISÓDIO: VAMOS PENSAR SOBRE O DESENHO?
1) Como o continente africano é representado no desenho?
Pontos
a serem problematizados: África não é um lugar, um país, não é uma coisa só, um
povo só.
2) Quais são os poderes da Tempestade/Ororo?
Pontos
a serem problematizados: termos usados no desenho "Amazonas do vento"
e "deusa errante"; das forças da natureza relativas ao clima: fogo
(raio), ar (vento, trovão, furacão), água (névoa, neve, geada, chuva); a junção
de tudo seria a tempestade (Storm).
3) Qual a importância da Tempestade para o seu povo?
Pontos
a serem problematizados: uma mulher poderosa (é uma deusa, uma divindade) que
traz prosperidade para o seu povo: a chuva que provem a água para o plantio e
colheita dos alimentos.
4) De que forma a religião é representada no desenho?
Pontos
a serem problematizados:
religião
como comportamentos "selvagens"/"tribal"/"atrasados"/'não
civilizados";
o uso
da religião para dominar politicamente um povo
religião
como culto à natureza: como mito (criação da estátua), pesadelos, transtorno,
feitiçaria, vodu, espírito --> é ruim ou diferente? "Eu derrotei aquele
otário do vodu"
o
problema é o uso da religião para fins errados: as intenções do personagem
"Hangem"
V. TEMATIZANDO O CONTEÚDO: MITO,
RELIGIÃO E CULTURA:
* Apresentação inicial do conteúdo: o que é e relação entre mito, a religião e a cultura.
Slide 01: Mito
Pode
ser compreendido como uma narrativa oral sobre deuses e seres fantásticos,
transmitida, de geração em geração e que está relacionado à fatos ocorridos ou
para explicar a realidade vivida.
*Mas
o que é uma narrativa oral?
*Seres
mágicos, fantásticos e os humanos nos mitos. Como eles se relacionam e porque?
A
partir desta breve definição sobre mito, entendemos que ele é uma Narrativa
Oral. Histórias contadas sobre seres mágicos, que podem ter características
humanas ou que tem alguma relação com ser humano. Essa relação em conjunto do
acontecimento narrado, tem a função de trazer ensinamentos antigos, passados de
geração em geração, através dos mitos ou explicar coisas da realidade que estão
ligadas ao seu povo.
Slide 02: Religião
Religião
é um sistema comum de crenças e praticas relacionadas a seres sobre-humanos
dentro de universos históricos e culturais específicos.
*O
que seria esse "sistema comum de crenças e praticas"?
*Qual
a relação entre esse sistema e os "seres sobre-humanos"?
*O
que são estes diferentes universos históricos e culturais e qual sua relação
com a religião?
O
sistema comum de crenças e práticas, são as diferentes formas que cada religião
tem de prestar respeito, devoção e amor a Deus ou Deuses, Santos e Orixás.
Variando para cada religião.
Os
seres sobre-humanos representam a(s) divindade(s), o(s) seres sagrados
cultuados pelos homens em cada religião.
Cada
povo possui sua cultura, sua forma de se expressar na sociedade. E a cultura
está também ligada às influências que historicamente as religiões tiveram numa
determinada sociedade. Assim, entendemos que existem diferentes povos no mundo,
diferentes universos históricos e culturais.
Slide 03: Mito e Religião
O
mito não representa a realidade dos acontecimentos, mas pode explicar o sentido
deles para seu povo.
A
religião reúne as pessoas sob um conjunto de signos e formas de se relacionar
com o sagrado.
De
que forma a religião e o mito estão relacionados na cultura de um povo?
O
mito, por ser uma narrativa oral e relacionar seres mágicos ou deuses aos
homens, não tem obrigação de explicar a realidade em si, os acontecimentos
reais na vida de um povo. Mas tem a função e trazer explicações ou ensinamentos
que são socialmente aceitos por eles.
As
religiões possuem símbolos, signos criados pelos homens e que faz referência
aos seres ou manifestações sagradas para aqueles que acreditam e buscam por
meio de rituais e orações, prestar sua devoção e se relacionar com o mundo
sagrado.
Para
o antropólogo Clifford Geertz, a cultura seria uma espécie de "teia de
aranha". É formada por simbologias, crenças e costumes, que o próprio
homem cria para explicar as coisas e também buscar explicações por meio delas.
Ou seja, o homem tece sua própria teia, que são os símbolos e seus costumes
para explicar as coisas, assim como também suas crenças religiosas, onde ele
busca explicação das coisas do mundo através delas.
Slide 01-03: A CULTURA E O POVO YORUBÁ
De
acordo com as lendas, Ilé-Ifé era a cidade sagrada para o povo Yorubá.
Localizada na Nigéria, ela teria sido o próprio berço da humanidade em seu
entendimento mitológico. Para eles, todos os povos e reinos são descendentes de
Oduduwa, o deus-rei, fundador de Ilé-Ifé.
Depois
que a cidade sagrada foi fundada, até meados do primeiro milênio, o povo teria
se espalhado pela região. Esta talvez seria a época de fundação da capital
política dos Yorubás, Oyó.
As
comunidades iorubas que se desenvolveram principalmente no sudeste da atual
Nigéria constituíram um dos grandes centros civilizatórios da Guiné e chegaram
a influenciar outras civilizações da região, como o reino de Benin. Esta
irradiação cultural não se restringiu apenas ao continente africano.
SLIDE 04: Onde vivem os povos Yorubá no continente africano?
A
maioria dos Yorubás estão localizados em grande parte no sudoeste da Nigéria,
mas também há sociedades Yorubás ao sul
no Benin, Togo, Serra Leoa, Cuba e Brasil. Eles são o principal grupo étnico
nos estados de Ekiti, Kwara, Lagos, Ogun, Ongo, Osun, e Oyo.
*Utilizar
o mapa para orientar os alunos a identificarem os Países e grupos étnicos
citados.
SLIDE 05: Mapa da diversidade étnica da África.
*Apontar
para a diversidade étnica que compõe o continente africano e ressaltar os
Yorubás como apenas um entre os vários grupos étnicos espalhados pelo
continente.
SLIDE 06: REGIÕES DA AFRICA.
*Trabalhar
com os alunos a percepção geográfica do continente africano a partir das
dimensões regionais, para facilitar a compreensão dos mapas e localização dos
países.
SLIDE 07: AFRICA OCIDENTAL
*Explicitar
a região Ocidental e localizar os países de influência Yorubá.
SLIDE 08: VALORES TRADICIONAIS MAIS VALORIZADOS PELOS YORUBÁ
De
acordo com o artigo de Maria Inez Ifatosin, os Yorubá valorizam o bom
comportamento e a educação, em primeiro lugar. Para exemplificar, existe um
poema Yorubá que retrata esta preocupação.
Cuide de suas maneirasCuide de suas maneiras, meu amigo!A honra pode abandonar nossa casa,e a beleza, às vezes, acaba.O rico de hoje pode ser o pobre de amanhã.A honra é como o mar,e também a onda da riqueza;ambas podem escapar de nossa casa.Mas as boas maneiras acompanham-nosaté ao túmulo.O dinheiro não é nada,As boas maneiras é que sãoa beleza da humanidade.Se você tem dinheiro, mas não se comporta bem,quem irá confiar em você?Ou, se você é uma mulher muito linda,mas não se comporta de maneira adequada,quem desejará tê-la como esposa?Ou, ainda, se você é muito educado,mas engana as pessoas,quem confiará em você para negócios?Cuide de suas maneiras, meu amigo.Sem bons modos, a educação não tem valor.Todos amam uma pessoa que sabe se comportar.
Além
do bom comportamento e educação, outro valor civilizacional dos Yorubá é o
"Iwá", o caráter. De acordo com Maria Inez Ifatosin, para ser feliz
uma pessoa deve ter ìwà, pois quem tem bom caráter não entra em choque com os
seres humanos nem com os poderes sobrenaturais. Esse é o mais importante dos
valores morais iorubá, e a essência da fé consiste em cultivá-lo.
SLIDE 12: Como eles vêem o mundo em sua cultura? E que tipo de relação eles tem com o mundo material e espiritual?
O
mundo, no entendimento Iorubá é formado por elementos físicos, humanos e
espirituais.
O
“Aiyê” e o “Orun” são espaços diferentes, mas que se relacionam. O Ayiê é onde
os humanos vivem. Orun é o mundo das
divindades e que, para os Iorubás, estão sempre em conexão.
O que
justifica essa comunicação entre o mundo dos homens e das divindades, são: o
“axé”, o “abá” e o “iwá” .
“Axé”,
sua energia dinâmica, o poder gerador da existência e da realização.
“Abá”
é a possibilidade e o propósito.
"Iwá"
é o caráter. Dele o indivíduo recebe e a mantém o axé (a energia).
Realização,
possibilidade e caráter. Para o povo Iorubá, o que importa é o comportamento,
não somente aquilo que se pensa, mas o que se pensa e faz.
SLIDE 13-17: Como e quando os Yorubá foram trazidos à força para o Brasil?
*Explicar
com base nos mapas as rotas de exportação de escravos para o Brasil.
Os
Iorubás foram trazidos à força na condição de escravizados para o Brasil, por
volta do século XIX, com maior intensidade por volta dos anos 1830. No Brasil,
foram espalhados entre o Rio de Janeiro - RJ, Salvador -BH, Pernambuco - , São
Luís - MH, e Belém - PA.
SLIDE 17:
Os
povos Yorubá que vieram para o Brasil na condição de escravos, não trouxeram
consigo apenas força física de trabalho, mas também uma forte cultura religiosa
tradicional de culto aos Orixás. No Brasil, a partir da relação com outros
grupos étnicos, como os Bantos, e sua forte resistência cultural, deu origem a
diversas religiões, como o Candomblé e Umbanda.
VI. MÚSICA: OIÁ
Artista: Palavra CantadaAutor: Paulo Tatit , Sandra PeresÁlbum: Pé com PéEstilo: InfantilGravadora: MCDAno: 2004
OUÇA A MÚSICA
ACOMPANHE A LETRA DA MÚSICA:
Sempre que um relâmpago se apaga
Ouve-se
o rugido do trovão
Flash
que incendeia a queda d'água
Oiá,
oiá, oiá, oiá, oiá
Astro
que atravessa a atmosfera
Luz
estroboscópica clarão
Guizo
de granizo sobre a terra
Oiá....
Estilhaça
os vidros, varre o ar pra dentro de casa
Espelho
de prata, espada de latão
Vira
o tempo, anoitece o dia, joga o céu no chão
Vento
vendaval, redemoinho tufão
Ela
rasga a nuvem abre a fenda
Dança
na fúria do furacão
Tira
o véu do vento o céu desvenda
Oiá...
Pra
nascer depois tudo de novo
Água
apaziguada sob o chão
Fênix
das cinzas faz seu ovo
Oiá...
Junta
fogo e água sacudindo o teto de casa
Cauda
de cavalo e adorno de latão
O
amor de todas as mulheres no seu coração
Chuva
temporal borrasca inundação
VII. CONTAÇÃO DE HISTÓRIA: MIX DE OYÁ
Oiá cresceu protegida por uma mulher muito bonita e vaidosa, conhecida por Oxum. Ela tinha muitas joias, mas podia usá-las. Sua protetora achava perigoso que Oiá exibisse suas jóias na rua. As vezes, Oiá ficava muito contrariada com isso e, com muita raiva, fugia voando. Como era muito rápida, arrasava tudo o que atravessava o seu caminho. Oiá podia se transformar no vento.
À medida que crescia, Oiá conseguiu adquirir muito poder e
recebeu vários presentes. Ela se casou com um guerreiro muito respeitado, cujo
nome era Ogum e que dominava os segredos da fabricação do ferro.
Teve nove filhos e adquiriu o direito de usar uma espada para
fazer a sua defesa e das pessoas que gostava. Com outro guerreiro chamado
Oxaguiã, aprendeu a usar o escudo para proteger-se dos inimigos. Com o Senhor
dos Caminhos, Oiá adquiriu os direitos de usar o poder do fogo. Com o rei das
florestas, Oxóssi, adquiriu o direito a caça, para garantir a carne a seus
filhos. Com Logum Edé, adquiriu o direito de pescar, para a sobrevivência sua e
dos seus filhos. Com Obaluaê ela se torna a condutora dos espíritos.
Oiá teve nove filhos, e era chamada de Iansã, a mãe dos nove.
Nos momentos de perigos ou de necessidade, os filhos deveriam esfregar um par
de chifres, presente de Oiá para que ela, rápida como um raio, fosse a seu
socorro.
O tempo passou e Oiá se separou do marido Ogum e se apaixonou
por outro poderoso e bonito guerreiro, chamado Xangô. Certa vez, prenderam seu amado em um
calabouço. Xangô, sabendo que Oiá era a única que o ajudaria, começou a lançar
trovões para que ela o encontrasse. Oiá com seu raio partiu as grades da
prisão, libertando Xangô. Ela libertou Xangô com o raio e com o vento. Anos
mais tarde, quando Oiá ficou sabendo da morte de Xangô, sentiu grande tristeza
e usou seus poderes para se transformar em um rio, o rio Niger.
VIII. DIREITOS HUMANOS E INTOLERÂNCIA
RELIGIOSA
Por quê é importante estudarmos a história e cultura Africana e Afro-brasileira?
Vocês
devem estar se perguntando: porque é obrigatório o ensino destes conteúdos? Nós
brasileiros somos frutos de uma grande miscigenação (mistura) de etnias.
Diversos povos indígenas (a população originária de nosso país), de europeus
(Portugueses, que colonizaram o Brasil), e de muitos povos africanos (que foram
trazidos à força para o Brasil). Nos livros de história, vimos pouca coisa
sobre os africanos, em grande parte só se fala que eles eram escravos. Não
conhecemos suas culturas, suas formas de enfrentar a escravização, suas formas
de resistência. A África é um continente extenso, com uma grande diversidade
cultural, com muitos povos e países. Infelizmente, pouco sabemos sobre ela.
Diante disso, é importante que conheçamos mais sobre a história dos povos
africanos e de seus descendentes no Brasil pois ela faz parte de nossas raízes,
da nossa diversidade étnica, faz parte de quem somos e de como somos. Estudar
os povos africanos e entender parte de quem somos.
Preconceito
e discriminação religiosa
No
dia 25 de agosto de 2014, na cidade do Rio de Janeiro, um estudante de 12 anos
foi impedido de entrar na escola pública em que estudava. O motivo? Ele estava
usando guias (colares) de candomblé. O caso aconteceu na escola municipal
Francisco Campos. De acordo com a sua família, o menino já era vítima de
preconceito há algum tempo. Após o acontecido, ele trocou de escola.
Outro
caso de preconceito aconteceu com um estudante universitário Herácliton dos
Santos Barbosa, de 20 anos. Ele foi impedido de entrar no Fórum Odilon Santos,
comarca de Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo, porque usava o eketê, um
gorro litúrgico, utilizado por homens que seguem algumas religiões de matriz
africana no Brasil. Para essas pessoas, o gorro é um elemento de proteção.
“Protege o camutuê (o orì, a cabeça) enquanto espaço de morada dos nossos
ancestrais divinos de forças sobrenaturais”.
Declaração
Universal dos Direitos Humanos:
O que
são Direitos Humanos? Os Direitos Humanos são direitos que possuímos pelo
simples fato de que somos humanos. São Direitos que preservam a nossa dignidade
e são invioláveis (ou seja, não podem ser violados, descumpridos, seja por
alguma pessoa, grupo, mídia ou pelo Estado).
Eles se aplicam a todos os homens e mulheres, crianças e adulto, e
servem para proteger a pessoa de tudo que possa negar sua condição humana. Desta forma, se constituem como um
instrumento de proteção do sujeito contra todo tipo de violência. Esses
direitos são considerados fundamentais para a nossa existência pois tornam os
homens iguais, independentemente a) do sexo, da orientação sexual e da
identidade de gênero, b) da nacionalidade, c) da etnia, d) da classe social, e)
da profissão, f) da opção política, g) da crença religiosa ou h) convicção
moral.
Tais
direitos são estabelecidos em uma declaração (a Declaração Universal dos
Direitos Humanos) e foram aceitos internacionalmente, por meio de pactos
assinados entre os países. Ela foi proclamada em 10 de dezembro de 1948, (Após
a Segunda Guerra Mundial), pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Possui
30 artigos, e dentre eles, o Art. 18 nos diz o seguinte:
Toda
a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião;
este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim
como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum,
tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos
ritos. (Explicar detalhadamente este artigo).
PONTOS:
liberdade religiosa: de participar dos cultos e ritos, de praticar, de
manifestar, em espaços públicos e espaços privados, de ensinar sua religião.
Constituição
Federal do Brasil (1988):
A
Constituição Federal de 1988 estabelece o conjunto de leis que regem o nosso
país. Assegurando nossos direitos e deveres.
Em
seu Artigo 5º diz que
Todos
são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
No
seu inciso VI estabelece que “é inviolável a liberdade de consciência e de
crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida,
na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”; (Explicar
de forma detalhada o artigo)
Lei
10.639/2003
O
Governo Federal sancionou em março de 2003, a Lei nº 10.639/03-MEC. Ela
instituiu a obrigatoriedade do ensino da História da África e dos
Afro-brasileiros no currículo escolar do ensino fundamental e médio. Essa
decisão resgata historicamente a contribuição dos negros na construção e
formação da sociedade brasileira. O reconhecimento garantido pela lei significa
a valorização da diversidade daquilo que distingue os negros dos outros grupos
que compõe a população brasileira. Requer também que se conheça sua história e
cultura dessa pessoas. Exige a valorização e o respeito às pessoas negras, a
sua descendência africana, sua cultura e história. Significa buscar compreender
seus valores e lutas e como eles constituíram as nossa cultural, o nosso jeito
de ser, de falar e de pensar.
Conclusão:
Diante
aos assuntos abordados anteriormente, buscamos comprovar a legalidade de nosso
trabalho, ou seja, mostrar que existem leis que tornam obrigatório o ensino da
história e cultura Afro-brasileira e Africana no ensino fundamental e médio.
Leis que garantem a liberdade de crença e de religião, de forma que as pessoas
possam manifestá-las livremente, seja em público ou no privado, seja sozinho ou
em coletivo. E quando nos referimos a essa liberdade de religião, não estamos
falando apenas para as religiões de matriz africana, mas para todas as
religiões. Todos nós somos livres para escolher, e expressar nossas religiões.
E ninguém pode violar esse direito.
Não
queremos, de forma alguma, fazer proselitismo (converter vocês as religiões de
matriz africana). Nosso objetivo nessa oficina foi apresentar um pouco da
história e cultura africana e afro-brasileira, a partir da religião, um dos
elementos mais importantes na constituição da cultura de um povo. Falar um
pouco sobre a cultura de povos que fazem parte da nossa identidade, que
constituem a nossa diversidade étnica. Desta forma, queremos direcionar o olhar
dos alunos (de vocês) para a diversidade. Para que vocês possam conhecer,
entender e respeitar pessoas que são praticantes de tais religiões. De forma
que casos de preconceito e descriminação, como aqueles relatados anteriormente,
não venham acontecer futuramente. Para que possamos construir uma sociedade
onde as diferenças sejam aceitas e respeitadas.
XIX. APLICAR O QUESTIONÁRIO PELA SEGUNDA VEZ
Aplicaremos o mesmo questionário para verificar o impacto da oficina na aprendizagem dos estudantes
XIX. APLICAR O QUESTIONÁRIO PELA SEGUNDA VEZ
Aplicaremos o mesmo questionário para verificar o impacto da oficina na aprendizagem dos estudantes
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