terça-feira, 12 de maio de 2015

MATERIAL DIDÁTICO DA OFICINA DE RELIGIOSIDADES AFRICANA



 ESCOLA ESTADUAL DE TEMPO INTEGRAL DR. ALBION DE CASTRO CURADO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS - SUBPROJETO PIBID-HISTÓRIA
PIBID/HISTÓRIA: “EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES-ÉTINICOS RACIAIS: AS AFRICANIDADES BRASILEIRAS NA SALA DE AULA”

OFICINA: RELIGIOSIDADES DE MATRIZ AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA

MATERIAL DIDÁTICO DA OFICINA




DAVIDÓPOLIS, 19 DE MAIO DE 2015
Local: Brinquedoteca
Controle do tempo: Jaqueline
Horário:
12h45 - 14h25
14h50 - 16h30

CRONOGRAMA SINTÉTICO DA OFICINA

I. Questionário (12h45 - 13h15);
II. X-Men (13h15 - 13h35; Resp. Elivan, Késia Maria Elisa);
III. Exibição do episódio "Tempestade africana" (13h35 - 14h);
IV. Problematizar o episódio (14h50 - 15h10. Resp. Victor e Jade);
V. Tematização do conteúdo (15h10 - 15h40. Resp. Mauro);
Mito, Religião e Cultura
Mapas das etnias africanas (dois mapas: um geral e outro específico)
Povo Iorubá
Relação África x Brasil: escravização e Diáspora
Influências nas religiões: Candomblé, Umbanda e Macumba
Influências na língua/palavras
VI. Música "Oiá", da Palavra Cantada (15h40 - 15h50. Resp. todos);
VII. Contação de História dramatização (15h50-16h. Resp. Jéssica);
"Oiá: a mulher dos raios e trovões"
Trovão no início (Jade)
Primeira parte: Jéssica caminha para o ventilador (Euzebio)
Segunda parte: espada (Euzebio)
Terceira parte: fogo traque (Elivan / Jéssica)
Quarta parte: trovão --> socorrer os filhos (Jade)
Quinta parte: trovão --> Xangô pede socorro (Jade)
Sexta parte: --> partiu as grade traque (Jéssica)
Sétima parte: TNT  (Euzebio)
VIII. Respeito à diferença (16h-16h10. Resp. Wariane);
Direito à liberdade de culto (Constituição e DUDH)
Preconceito e discriminações de ordem religiosa (citar o caso do menino)
Educação para a diferença: a sociedade brasileira é multicultural e por isso precisamos reconhecer e respeitar as diferenças que nos constituem (igualdade na diversidade/diferença)
XIX. Questionário (16h10-16h30);



OFICINA EM DETALHES

I. QUESTIONÁRIO
1) AS RELIGIOSIDADES DE MATRIZ AFRICANA, COMO O PRÓPRIO NOME DIZ, TEM UMA LIGAÇÃO COM OS POVOS AFRICANOS. PARA VOCÊ, POR QUÊ ESSAS RELIGIOSIDADES SÃO CULTUADAS NO BRASIL?
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2) QUANDO SE FALA EM RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANAS E AFRO-BRASILEIRAS, POR EXEMPLO O CANDOMBLÉ E A UMBANDA, O QUE VOCÊ E A SUA FAMÍLIA ENTENDEM SOBRE ISSO?
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3) O QUE VOCÊ ENTENDE POR ORIXÁ, POR EXEMPLO, IEMANJÁ, OXALÁ E IANSÃ?
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II. X-MEN
II.1. QUADRINHOS
O X-men, surge como história em quadrinhos nos Estados Unidos, publicado pela Marvel Comics, em 1963, e criado por Stan Lee e Jack Kirby. A primeira equipe dos quadrinhos contava com: Professor Xavier, Ciclope, Fera, Homem de Gelo e Garota Marvel (Jean Grey).
Ao final da década de 1960, as vendas dos quadrinhos sofrem queda, tendo apenas republicações das mesmas histórias, sem renovação. Já na década seguinte, entram dois novos integrantes ao grupo de criação dos quadrinhos X-men: John Byrne e Chris Claremont. Juntos criam novos personagens para a história: Pássaro Trovejante, Apache, Colossus, Solaris, Tempestade, Wolverine dentre outros. Também criaram novos ambientes para a história, como a ilha Krakoa, localizada ficticiamente na África, próximo à ilha de Madagascar. Com novos personagens e novos ambientes, surgem histórias que ficaram muito famosas, como Protheus, Fênix Negra e Dias de um futuro esquecido, que apareceram nos desenhos da TV e em filmes.
A série X-men, é tida como a mais multirracial já criada pela Marvel. A história conta com personagens de diferentes países, além de trazer personagens negros, homossexuais e de religiões diferentes.



II.2. SÉRIES ANIMADAS X-MEN: CLÁSSICO E EVOLUTION
O desenho animado X-men possuem duas classificações: a Clássica e a Evolution.
A série animada clássica, foi criada em 1992, por Larry Houston. Esta primeira etapa de criação dos personagens traz os heróis com traços mais maduros (adultos). Ela teve 5 temporadas e 76 episódios. Foi um sucesso de público na época.
Após o sucesso das temporadas anteriores, os produtores Boyd Kirkland e Michael Wolf viu a necessidade de modificar o X-men para o X-men Evolution, trazendo uma galera mais jovens, com a cara mais juvenil. Esta nova etapa tinha uma animação menos colorida, resultando em ótimas releituras visuais dos mutantes. Diferentes de muitas séries, o X-Men Evolution teve 4 temporadas.


Vejam o episódio abaixo





IV. PROBLEMATIZAR O EPISÓDIO: VAMOS PENSAR SOBRE O DESENHO?

1) Como o continente africano é representado no desenho?
Pontos a serem problematizados: África não é um lugar, um país, não é uma coisa só, um povo só.

2) Quais são os poderes da Tempestade/Ororo?
Pontos a serem problematizados: termos usados no desenho "Amazonas do vento" e "deusa errante"; das forças da natureza relativas ao clima: fogo (raio), ar (vento, trovão, furacão), água (névoa, neve, geada, chuva); a junção de tudo seria a tempestade (Storm).

3) Qual a importância da Tempestade para o seu povo?
Pontos a serem problematizados: uma mulher poderosa (é uma deusa, uma divindade) que traz prosperidade para o seu povo: a chuva que provem a água para o plantio e colheita dos alimentos.

4) De que forma a religião é representada no desenho?
Pontos a serem problematizados:
religião como comportamentos "selvagens"/"tribal"/"atrasados"/'não civilizados";
o uso da religião para dominar politicamente um povo
religião como culto à natureza: como mito (criação da estátua), pesadelos, transtorno, feitiçaria, vodu, espírito --> é ruim ou diferente? "Eu derrotei aquele otário do vodu"
o problema é o uso da religião para fins errados: as intenções do personagem "Hangem"



V. TEMATIZANDO O CONTEÚDO: MITO, RELIGIÃO E CULTURA:

* Apresentação inicial do conteúdo: o que é e relação entre mito, a religião e a cultura.

Slide 01: Mito
Pode ser compreendido como uma narrativa oral sobre deuses e seres fantásticos, transmitida, de geração em geração e que está relacionado à fatos ocorridos ou para explicar a realidade vivida.
*Mas o que é uma narrativa oral?
*Seres mágicos, fantásticos e os humanos nos mitos. Como eles se relacionam e porque?
A partir desta breve definição sobre mito, entendemos que ele é uma Narrativa Oral. Histórias contadas sobre seres mágicos, que podem ter características humanas ou que tem alguma relação com ser humano. Essa relação em conjunto do acontecimento narrado, tem a função de trazer ensinamentos antigos, passados de geração em geração, através dos mitos ou explicar coisas da realidade que estão ligadas ao seu povo.

Slide 02: Religião
Religião é um sistema comum de crenças e praticas relacionadas a seres sobre-humanos dentro de universos históricos e culturais específicos.
*O que seria esse "sistema comum de crenças e praticas"?
*Qual a relação entre esse sistema e os "seres sobre-humanos"?
*O que são estes diferentes universos históricos e culturais e qual sua relação com a religião?
O sistema comum de crenças e práticas, são as diferentes formas que cada religião tem de prestar respeito, devoção e amor a Deus ou Deuses, Santos e Orixás. Variando para cada religião.
Os seres sobre-humanos representam a(s) divindade(s), o(s) seres sagrados cultuados pelos homens em cada religião.
Cada povo possui sua cultura, sua forma de se expressar na sociedade. E a cultura está também ligada às influências que historicamente as religiões tiveram numa determinada sociedade. Assim, entendemos que existem diferentes povos no mundo, diferentes universos históricos e culturais.

Slide 03: Mito e Religião
O mito não representa a realidade dos acontecimentos, mas pode explicar o sentido deles para seu povo.
A religião reúne as pessoas sob um conjunto de signos e formas de se relacionar com o sagrado.
De que forma a religião e o mito estão relacionados na cultura de um povo?
O mito, por ser uma narrativa oral e relacionar seres mágicos ou deuses aos homens, não tem obrigação de explicar a realidade em si, os acontecimentos reais na vida de um povo. Mas tem a função e trazer explicações ou ensinamentos que são socialmente aceitos por eles.
As religiões possuem símbolos, signos criados pelos homens e que faz referência aos seres ou manifestações sagradas para aqueles que acreditam e buscam por meio de rituais e orações, prestar sua devoção e se relacionar com o mundo sagrado.
Para o antropólogo Clifford Geertz, a cultura seria uma espécie de "teia de aranha". É formada por simbologias, crenças e costumes, que o próprio homem cria para explicar as coisas e também buscar explicações por meio delas. Ou seja, o homem tece sua própria teia, que são os símbolos e seus costumes para explicar as coisas, assim como também suas crenças religiosas, onde ele busca explicação das coisas do mundo através delas.

Slide 01-03: A CULTURA E O POVO YORUBÁ
De acordo com as lendas, Ilé-Ifé era a cidade sagrada para o povo Yorubá. Localizada na Nigéria, ela teria sido o próprio berço da humanidade em seu entendimento mitológico. Para eles, todos os povos e reinos são descendentes de Oduduwa, o deus-rei, fundador de Ilé-Ifé.
Depois que a cidade sagrada foi fundada, até meados do primeiro milênio, o povo teria se espalhado pela região. Esta talvez seria a época de fundação da capital política dos Yorubás, Oyó.
As comunidades iorubas que se desenvolveram principalmente no sudeste da atual Nigéria constituíram um dos grandes centros civilizatórios da Guiné e chegaram a influenciar outras civilizações da região, como o reino de Benin. Esta irradiação cultural não se restringiu apenas ao continente africano.

SLIDE 04: Onde vivem os povos Yorubá no continente africano?
A maioria dos Yorubás estão localizados em grande parte no sudoeste da Nigéria, mas  também há sociedades Yorubás ao sul no Benin, Togo, Serra Leoa, Cuba e Brasil. Eles são o principal grupo étnico nos estados de Ekiti, Kwara, Lagos, Ogun, Ongo, Osun, e Oyo.
*Utilizar o mapa para orientar os alunos a identificarem os Países e grupos étnicos citados.

SLIDE 05: Mapa da diversidade étnica da África.
*Apontar para a diversidade étnica que compõe o continente africano e ressaltar os Yorubás como apenas um entre os vários grupos étnicos espalhados pelo continente.

SLIDE 06: REGIÕES DA AFRICA.
*Trabalhar com os alunos a percepção geográfica do continente africano a partir das dimensões regionais, para facilitar a compreensão dos mapas e localização dos países.

SLIDE 07: AFRICA OCIDENTAL
*Explicitar a região Ocidental e localizar os países de influência Yorubá.

SLIDE 08: VALORES TRADICIONAIS MAIS VALORIZADOS PELOS YORUBÁ
De acordo com o artigo de Maria Inez Ifatosin, os Yorubá valorizam o bom comportamento e a educação, em primeiro lugar. Para exemplificar, existe um poema Yorubá que retrata esta preocupação.
Cuide de suas maneiras
Cuide de suas maneiras, meu amigo!
A honra pode abandonar nossa casa,
e a beleza, às vezes, acaba.
O rico de hoje pode ser o pobre de amanhã.
A honra é como o mar,
e também a onda da riqueza;
ambas podem escapar de nossa casa.
Mas as boas maneiras acompanham-nos
até ao túmulo.
O dinheiro não é nada,
As boas maneiras é que são
a beleza da humanidade.
Se você tem dinheiro, mas não se comporta bem,
quem irá confiar em você?
Ou, se você é uma mulher muito linda,
mas não se comporta de maneira adequada,
quem desejará tê-la como esposa?
Ou, ainda, se você é muito educado,
mas engana as pessoas,
quem confiará em você para negócios?
Cuide de suas maneiras, meu amigo.
Sem bons modos, a educação não tem valor.
Todos amam uma pessoa que sabe se comportar.
Além do bom comportamento e educação, outro valor civilizacional dos Yorubá é o "Iwá", o caráter. De acordo com Maria Inez Ifatosin, para ser feliz uma pessoa deve ter ìwà, pois quem tem bom caráter não entra em choque com os seres humanos nem com os poderes sobrenaturais. Esse é o mais importante dos valores morais iorubá, e a essência da fé consiste em cultivá-lo.

SLIDE 12: Como eles vêem o mundo em sua cultura? E que tipo de relação eles tem com o mundo material e espiritual?
O mundo, no entendimento Iorubá é formado por elementos físicos, humanos e espirituais.
O “Aiyê” e o “Orun” são espaços diferentes, mas que se relacionam. O Ayiê é onde os  humanos vivem. Orun é o mundo das divindades e que, para os Iorubás, estão sempre em conexão.
O que justifica essa comunicação entre o mundo dos homens e das divindades, são: o “axé”, o “abá” e o “iwá” .
“Axé”, sua energia dinâmica, o poder gerador da existência e da realização.
“Abá” é a possibilidade e o propósito.
"Iwá" é o caráter. Dele o indivíduo recebe e a mantém o axé (a energia).
Realização, possibilidade e caráter. Para o povo Iorubá, o que importa é o comportamento, não somente aquilo que se pensa, mas o que se pensa e faz.

SLIDE 13-17: Como e quando os Yorubá foram trazidos à força para o Brasil?
*Explicar com base nos mapas as rotas de exportação de escravos para o Brasil.
Os Iorubás foram trazidos à força na condição de escravizados para o Brasil, por volta do século XIX, com maior intensidade por volta dos anos 1830. No Brasil, foram espalhados entre o Rio de Janeiro - RJ, Salvador -BH, Pernambuco - , São Luís - MH, e Belém - PA.

SLIDE 17:
Os povos Yorubá que vieram para o Brasil na condição de escravos, não trouxeram consigo apenas força física de trabalho, mas também uma forte cultura religiosa tradicional de culto aos Orixás. No Brasil, a partir da relação com outros grupos étnicos, como os Bantos, e sua forte resistência cultural, deu origem a diversas religiões, como o Candomblé e Umbanda.



VI. MÚSICA: OIÁ

Artista: Palavra Cantada
 Autor: Paulo Tatit , Sandra Peres
 Álbum: Pé com Pé
 Estilo: Infantil
 Gravadora: MCD
 Ano: 2004
OUÇA A MÚSICA



ACOMPANHE A LETRA DA MÚSICA: 
 
Sempre que um relâmpago se apaga
Ouve-se o rugido do trovão
Flash que incendeia a queda d'água
Oiá, oiá, oiá, oiá, oiá
Astro que atravessa a atmosfera
Luz estroboscópica clarão
Guizo de granizo sobre a terra
Oiá....
Estilhaça os vidros, varre o ar pra dentro de casa
Espelho de prata, espada de latão
Vira o tempo, anoitece o dia, joga o céu no chão
Vento vendaval, redemoinho tufão
Ela rasga a nuvem abre a fenda
Dança na fúria do furacão
Tira o véu do vento o céu desvenda
Oiá...
Pra nascer depois tudo de novo
Água apaziguada sob o chão
Fênix das cinzas faz seu ovo
Oiá...
Junta fogo e água sacudindo o teto de casa
Cauda de cavalo e adorno de latão
O amor de todas as mulheres no seu coração
Chuva temporal borrasca inundação



VII. CONTAÇÃO DE HISTÓRIA: MIX DE OYÁ

Oiá cresceu protegida por uma mulher muito bonita e vaidosa, conhecida por Oxum. Ela tinha muitas joias, mas podia usá-las. Sua protetora achava perigoso que Oiá exibisse suas jóias na rua. As vezes, Oiá ficava muito contrariada com isso e, com muita raiva, fugia voando. Como era muito rápida, arrasava tudo o que atravessava o seu caminho. Oiá podia se transformar no vento.
À medida que crescia, Oiá conseguiu adquirir muito poder e recebeu vários presentes. Ela se casou com um guerreiro muito respeitado, cujo nome era Ogum e que dominava os segredos da fabricação do ferro.
Teve nove filhos e adquiriu o direito de usar uma espada para fazer a sua defesa e das pessoas que gostava. Com outro guerreiro chamado Oxaguiã, aprendeu a usar o escudo para proteger-se dos inimigos. Com o Senhor dos Caminhos, Oiá adquiriu os direitos de usar o poder do fogo. Com o rei das florestas, Oxóssi, adquiriu o direito a caça, para garantir a carne a seus filhos. Com Logum Edé, adquiriu o direito de pescar, para a sobrevivência sua e dos seus filhos. Com Obaluaê ela se torna a condutora dos espíritos.
Oiá teve nove filhos, e era chamada de Iansã, a mãe dos nove. Nos momentos de perigos ou de necessidade, os filhos deveriam esfregar um par de chifres, presente de Oiá para que ela, rápida como um raio, fosse a seu socorro.
O tempo passou e Oiá se separou do marido Ogum e se apaixonou por outro poderoso e bonito guerreiro, chamado Xangô.  Certa vez, prenderam seu amado em um calabouço. Xangô, sabendo que Oiá era a única que o ajudaria, começou a lançar trovões para que ela o encontrasse. Oiá com seu raio partiu as grades da prisão, libertando Xangô. Ela libertou Xangô com o raio e com o vento. Anos mais tarde, quando Oiá ficou sabendo da morte de Xangô, sentiu grande tristeza e usou seus poderes para se transformar em um rio, o rio Niger.



VIII. DIREITOS HUMANOS E INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

Por quê é importante estudarmos a história e cultura Africana e Afro-brasileira?
Vocês devem estar se perguntando: porque é obrigatório o ensino destes conteúdos? Nós brasileiros somos frutos de uma grande miscigenação (mistura) de etnias. Diversos povos indígenas (a população originária de nosso país), de europeus (Portugueses, que colonizaram o Brasil), e de muitos povos africanos (que foram trazidos à força para o Brasil). Nos livros de história, vimos pouca coisa sobre os africanos, em grande parte só se fala que eles eram escravos. Não conhecemos suas culturas, suas formas de enfrentar a escravização, suas formas de resistência. A África é um continente extenso, com uma grande diversidade cultural, com muitos povos e países. Infelizmente, pouco sabemos sobre ela. Diante disso, é importante que conheçamos mais sobre a história dos povos africanos e de seus descendentes no Brasil pois ela faz parte de nossas raízes, da nossa diversidade étnica, faz parte de quem somos e de como somos. Estudar os povos africanos e entender parte de quem somos.
Preconceito e discriminação religiosa
No dia 25 de agosto de 2014, na cidade do Rio de Janeiro, um estudante de 12 anos foi impedido de entrar na escola pública em que estudava. O motivo? Ele estava usando guias (colares) de candomblé. O caso aconteceu na escola municipal Francisco Campos. De acordo com a sua família, o menino já era vítima de preconceito há algum tempo. Após o acontecido, ele trocou de escola.
Outro caso de preconceito aconteceu com um estudante universitário Herácliton dos Santos Barbosa, de 20 anos. Ele foi impedido de entrar no Fórum Odilon Santos, comarca de Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo, porque usava o eketê, um gorro litúrgico, utilizado por homens que seguem algumas religiões de matriz africana no Brasil. Para essas pessoas, o gorro é um elemento de proteção. “Protege o camutuê (o orì, a cabeça) enquanto espaço de morada dos nossos ancestrais divinos de forças sobrenaturais”.
Declaração Universal dos Direitos Humanos:
O que são Direitos Humanos? Os Direitos Humanos são direitos que possuímos pelo simples fato de que somos humanos. São Direitos que preservam a nossa dignidade e são invioláveis (ou seja, não podem ser violados, descumpridos, seja por alguma pessoa, grupo, mídia ou pelo Estado).  Eles se aplicam a todos os homens e mulheres, crianças e adulto, e servem para proteger a pessoa de tudo que possa negar sua condição humana.  Desta forma, se constituem como um instrumento de proteção do sujeito contra todo tipo de violência. Esses direitos são considerados fundamentais para a nossa existência pois tornam os homens iguais, independentemente a) do sexo, da orientação sexual e da identidade de gênero, b) da nacionalidade, c) da etnia, d) da classe social, e) da profissão, f) da opção política, g) da crença religiosa ou h) convicção moral.
Tais direitos são estabelecidos em uma declaração (a Declaração Universal dos Direitos Humanos) e foram aceitos internacionalmente, por meio de pactos assinados entre os países. Ela foi proclamada em 10 de dezembro de 1948, (Após a Segunda Guerra Mundial), pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Possui 30 artigos, e dentre eles, o Art. 18 nos diz o seguinte:
Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos. (Explicar detalhadamente este artigo).
PONTOS: liberdade religiosa: de participar dos cultos e ritos, de praticar, de manifestar, em espaços públicos e espaços privados, de ensinar sua religião.
Constituição Federal do Brasil (1988):       
A Constituição Federal de 1988 estabelece o conjunto de leis que regem o nosso país. Assegurando nossos direitos e deveres.
Em seu Artigo 5º diz que
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
No seu inciso VI estabelece que “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”; (Explicar de forma detalhada o artigo)
Lei 10.639/2003
O Governo Federal sancionou em março de 2003, a Lei nº 10.639/03-MEC. Ela instituiu a obrigatoriedade do ensino da História da África e dos Afro-brasileiros no currículo escolar do ensino fundamental e médio. Essa decisão resgata historicamente a contribuição dos negros na construção e formação da sociedade brasileira. O reconhecimento garantido pela lei significa a valorização da diversidade daquilo que distingue os negros dos outros grupos que compõe a população brasileira. Requer também que se conheça sua história e cultura dessa pessoas. Exige a valorização e o respeito às pessoas negras, a sua descendência africana, sua cultura e história. Significa buscar compreender seus valores e lutas e como eles constituíram as nossa cultural, o nosso jeito de ser, de falar e de pensar.
Conclusão:
Diante aos assuntos abordados anteriormente, buscamos comprovar a legalidade de nosso trabalho, ou seja, mostrar que existem leis que tornam obrigatório o ensino da história e cultura Afro-brasileira e Africana no ensino fundamental e médio. Leis que garantem a liberdade de crença e de religião, de forma que as pessoas possam manifestá-las livremente, seja em público ou no privado, seja sozinho ou em coletivo. E quando nos referimos a essa liberdade de religião, não estamos falando apenas para as religiões de matriz africana, mas para todas as religiões. Todos nós somos livres para escolher, e expressar nossas religiões. E ninguém pode violar esse direito. 
Não queremos, de forma alguma, fazer proselitismo (converter vocês as religiões de matriz africana). Nosso objetivo nessa oficina foi apresentar um pouco da história e cultura africana e afro-brasileira, a partir da religião, um dos elementos mais importantes na constituição da cultura de um povo. Falar um pouco sobre a cultura de povos que fazem parte da nossa identidade, que constituem a nossa diversidade étnica. Desta forma, queremos direcionar o olhar dos alunos (de vocês) para a diversidade. Para que vocês possam conhecer, entender e respeitar pessoas que são praticantes de tais religiões. De forma que casos de preconceito e descriminação, como aqueles relatados anteriormente, não venham acontecer futuramente. Para que possamos construir uma sociedade onde as diferenças sejam aceitas e respeitadas.

XIX. APLICAR O QUESTIONÁRIO PELA SEGUNDA VEZ

Aplicaremos o mesmo questionário para verificar o impacto da oficina na aprendizagem dos estudantes 

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